minha memória me trai
e a mente se contrai
em trejeitos dementes
naturalmente
esqueço minhas senhas
poemas
e artimanhas
sou um dilema
ambulante
ante
o fim do cérebro.
A poesia é minha, sua, nossa. A poesia é banho, surra, coça. A poesia é. O resto é troça.
29.9.10
26.9.10
Filhos e festas
deixar os filhos nas festas
é como morrer um pouco
festejar o sentimento
da festa que não fomos
na alegria
daqueles que não somos
acelero o carro em direção
ao passado
sonho em ser atropelado
pelo olhar imperdoável
de cada nova
geração.
25.9.10
Audição
o ruído da corrente
elétrica
indo do interruptor
até o teto
o gato está certo
mantenha
a mente flexível
e o corpo
ereto.
23.9.10
Passagem
um dia eu vou
pra onde deveria ter ido
um dia eu sou
o que deveria ter sido
um dia eu volto
de onde nunca deveria ter
partido.
16.9.10
O céu late mais alto
Hoje nossa cachorrinha querida, Luna, nos deixou. Após quase duas semanas de luta e resistência corajosa, ela resolveu se juntar aos pais, Brutus e Kelly, no céu de nossos cachorros amados. Lá certamente irá acordar, com seu latido alto e valente, meus cães queridos do passado - Don e Bug.
Apesar da grande tristeza, fica o alívio pelo fim do seu sofrimento. Melhor guardar na memória seu som, seu cheiro, seu olhar meigo de lua cheia de emoções transparentes. Nossa Luna sempre foi como a lua, com suas fases de alegria e melancolia, cheia de atos crescentes antes do epílogo minguante.
Hoje ela é lua nova. O vazio em nosso quintal só não é maior que o de nossos corações. Brinquedos esperam para ser guardados. A ração será doada para um amigo distante.
Mas a vida segue seu curso e seu discurso. Que a morte não se ache mais uma vez invencível porque levou nossa Luna. Mal sabe ela que a Luna brilhará sempre em nosso céu de lembranças. E a cada latido alto soará o canto das nossas esperanças, abanando o rabo para o destino inevitável.
Invencíveis somos nós. Sempre vivos na eternidade da vida que só quem ama alcança.
Apesar da grande tristeza, fica o alívio pelo fim do seu sofrimento. Melhor guardar na memória seu som, seu cheiro, seu olhar meigo de lua cheia de emoções transparentes. Nossa Luna sempre foi como a lua, com suas fases de alegria e melancolia, cheia de atos crescentes antes do epílogo minguante.
Hoje ela é lua nova. O vazio em nosso quintal só não é maior que o de nossos corações. Brinquedos esperam para ser guardados. A ração será doada para um amigo distante.
Mas a vida segue seu curso e seu discurso. Que a morte não se ache mais uma vez invencível porque levou nossa Luna. Mal sabe ela que a Luna brilhará sempre em nosso céu de lembranças. E a cada latido alto soará o canto das nossas esperanças, abanando o rabo para o destino inevitável.
Invencíveis somos nós. Sempre vivos na eternidade da vida que só quem ama alcança.
5.9.10
Sambinha
na batida do teclado
rolam compassos
da mente aos dedos
aqui não há medos
só mesmo segredos
que insistem escondidos
entre a boca e os
ouvidos
sejam precavidos
saibam o que se diz
não acreditem nos olhos
sigam sempre
o nariz.
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