29.12.06

Polícia

polícia para quem precisa
indecisa
a rua à deriva
maldade em carne viva
descaso em carne e osso
quem morre
é pobre
é povo
sempre
quase sempre
ou de novo
polícia para quem
precisa
objetiva
fugitiva
toma iniciativa
não há viva alma
nem alma viva
nem sociedade alternativa
herança em cores
na televisão
o nosso pavilhão:

o verde do nosso limo
o amarelo nosso cínico
o azul nossa frieza
o branco nosso esquecimento

cimento do ano novo
quem morreu
morreu de novo
esquece
é o povo.

3 comentários:

Tião Martins disse...

Pior que a diferença, só mesmo a indiferença diante da diferença.

Anônimo disse...

Apoiado! É verdade mesmo, mas, cada vez mais, me sinto mais impotente, incapaz de mudar tudo isso... é triste, mas é assim que me sinto... alguém que vê e não consegue consertar... droga!

maria e josé disse...

ótimo poema, muito vergonhoso para a nossa polícia

Reflexos

 reflito meu futuro com o olhar do passado sei que morro sei que lagoa sou sujeito à toa que a morte zoa.