13.6.11

Livre de mim só eu mesmo

eu sou livre
pra ver tudo que eu não vi
pra ser tudo que eu não sou
e sair por aí
porque
i am free
do início do fonseca
até o final da praia de icaraí.

25.5.11

Muito sério

morri
e descobri
a solução
de todo o mistério


não existe nada
absolutamente nada
do outro lado
desse nosso império.

23.5.11

Superfície

não sou mesmo
muito dado
a um pensamento



profundo




prefiro ser rápido e rasteiro como a vida que levamos neste mundo.

21.5.11

Limpeza

acho as rimas
coisas
de extrema serventia
com elas
limpo o limo
das paredes 
de todo dia.

16.4.11

Em paz

só existe sentido em escrever
para si mesmo
ou para o meu siamês
que me olha
vesgo
pois não importa quantos
sejam tantos
em sua rede social
é natural que só exista
em sua imensa
lista
seu único
e solidário
próprio
e-mail.

1.4.11

Acordo com o repentino barulho do meu acordar. Sei que estou totalmente morto, mas o relógio digital colocado à direita de meu ouvido, bem ao lado das fotos de mulher e filhos, me deixa em dúvida. Estranho muito também o vidro de homeopatia que não tomo mais. Além de óculos indispostos sobre um anel de prata.

E morto precisa de despertador? Defunto leva consigo retratos de família, bolinhas brancas, enfeite de dedo e objetos de leitura? Ah, devo ser um faraó moderno, desses que vão para o túmulo com mochilas da Wilson.

Dura, muito dura é a morte. Ainda mais quando você descobre que deixou em outra vida o seu pendrive.

Reflexos

 reflito meu futuro com o olhar do passado sei que morro sei que lagoa sou sujeito à toa que a morte zoa.