18.11.10

Sabedorias

sabe mal 
e porcamente
quem são os outros
não tem
a menor chance
de um conhece-te a ti mesmo
é leso
é lesmo
e triste
como todos sabemos ser
mas vive suavemente
esse passatempo
sei lá
de viver.

10.11.10

Metralha

fazer poesia como quem metralha um muro
cacos de concreto voam
perfuram olhos
abrem cabeças
as balas comem loucas
seu passado
seu futuro.

6.11.10

Lá de cima

tenho o sangue do norte
não tenho medo da morte
só temo perder
o fio
do corte
da minha palavra-facão

sou das falanges
do norte
nasci de uma forte
mulher
que era mais raça
que razão

eu sou do norte
anote aí
minha alma é nua
olha aqui
e o meu sangue
cor de açaí
escorre pelo mapa
sobre ti.

Reflexos

 reflito meu futuro com o olhar do passado sei que morro sei que lagoa sou sujeito à toa que a morte zoa.