31.8.16

Questão de timer

a vida
há quem a conte
e quem a desconte
uns vão de timer
outros de relógio
existir é analógico
inevitável
e ilógico
o fato é que a vida
pra quem pode
dá um desconto
soma ou subtrai
um ponto
a cada minuto
morrido
que vivemos.

29.8.16

Poema do dia

quando eu morrer
não vou deixar herança
dinheiro
patrimônio
imóveis
poupança
mas
meus filhos
herdarão
memórias
exemplos
pontos de vista
lembrarão
que seu pai
se não foi
perfeito
também não foi
golpista.

26.8.16

Arriscadíssimo

corro o risco
de me apaixonar
assim fora da idade
peixe fora do aquário
da maturidade
corro o risco
e risco
arriscadíssimo
de morrer
de puberdade
vou fugir
quero sumir
correr e avançar
o calendário
até sumir
na eternidade.

25.8.16

Habituário

quando eu morrer vou sentir
muitas faltas
falta de café
de cigarro
de fé
na fumaça
que eu faço
quando eu morrer vou sentir
muitas faltas
falta de pão
com mortadela
coca-cola
do fluminense
da portela
quando eu morrer vou sentir
muitas faltas
falta dos filhos
dos amigos
beijos e abraços
novos
e antigos
quando eu morrer vou sentir
muitas faltas
falta de mim
e até dela
falta de foder
beber
e acreditem
de toda a novela.

24.8.16

Estive aonde?

you are the sunshine
of my life
you are the apple
of my eye
mas eu não sei
aonde fui
e você não sabe
aonde vai
fomos
dois cegos
too blind
no sky.

Poema do encerramento

a festa
foi linda
e traduziu
nossa emoção
além de mostrar
nossas belezas
nos trouxe
uma bela
conclusão:
paes não vale nada
mas
pelo menos
não é cagão
já o temer medroso
não foi visto
na pista
nem na televisão
vai morrer
golpista
sem vergonha
na cara
e com o cu na mão.

18.8.16

Boulevard

deixe a vida
te levar
ao boulevard
ao se misturar
ao se perder

até achar

que unir
é melhor
do que

separar.



11.8.16

Jogos

olímpicos
cósmicos
humanos
terrestres
eu não subi
no seu pódio
por falta de treino
e fé
nos desígnios
celestes.

3.8.16

Enganos

às vezes
nos perguntamos
se amamos 
a pessoa certa
pergunta burra
questão de merda
dúvida enviesada
mais importante
é saber
se odiamos
a pessoa errada.

1.8.16

Definição

o povo brasileiro
é rítmico
tem tambor
no coração
o sangue
bombeado
por percussão
o povo brasileiro
é típico
tipo um baião
de dois
tipo um ovo
mexido
somos feijão com arroz.

A bela e as feras

fascista não rima
com gente
bela
sou mais
ela
sábia e elegante
sabatella.

Reflexos

 reflito meu futuro com o olhar do passado sei que morro sei que lagoa sou sujeito à toa que a morte zoa.