16.4.18

Sereias

atiro palavras
ao mar
feito garrafas
e há quem use
chamar
de poesia
essa simples
maresia
mania
de tentar
pescar
sentido
em estar
afogado
no raso
lugar que fica
entre o ar
e a sereia.

22.3.18

Seu lúcido

faz tempo
que não tenho
um soluço
isso é estranho
me sinto
confuso
será que estou vivo?
será que sou lúcido?
faz tempo
que não tenho
um soluço
temo não ser
mais humano
temo não ser
mais americano
temo
tremo
me esgano
faz tempo
que não tenho
um soluço
morri
e não
percebi
que sou russo.

7.3.18

Dilema

entre um mapa astral
e outro
disfarço
e faço
um poema
não tema
cada um
desfaz da morte
que ali
acena
como se fosse
nosso
esse roteiro
cheio de estrelas
de cinema.


14.2.18

Cinzas

de um cigarro
de um amor
de um sem cor
restos
de uma espera
de uma paixão
desilusão
vamos
dobrar a esquina
da rua torta
que corta
essa avenida coração.

Reflexos

 reflito meu futuro com o olhar do passado sei que morro sei que lagoa sou sujeito à toa que a morte zoa.