Hoje não tenho vontade de fazer poesia. É véspera de meu 49º aniversário e acabo de perder um amigo de quatro patas e coração gigante: Brutos, nosso boxer de 10 anos de idade. Ele fez a última gentileza de morrer dormindo, alegre e tranqüilo como sempre viveu.
Animal dito irracional, morreu deixando em mim uma tristeza que não compreendo. Deve ser o sintoma de alguma patologia dessas que só os humanos e racionais conseguem ter. Deve ser a dor de uma perda que lembra outras - passadas, presentes e que ainda estão por vir. Deve.
Mas Brutos não nos deve nada. Foi embora levando com ele toda a doçura que seu nome nem sugeria, toda a graça que só quem o conheceu teve o prazer de desfrutar.
Foi embora porque até Deus, esse racional superior, às vezes precisa de um bom cachorro. Eles fazem a vida ficar mais simples, e a de Deus, coitado, deve ser muito complicada.
E aqui fico eu muito triste em pleno aniversário. Parece que, por todos os motivos lógicos desse mundo, ainda tenho coisas importantes a fazer na vida.
Pelo menos até o dia em Deus precise de um cara complicado para fazer companhia ao seu cão simples e engraçado.
Obrigado Brutos, até sempre.
A poesia é minha, sua, nossa. A poesia é banho, surra, coça. A poesia é. O resto é troça.
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Reflexos
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2 comentários:
Essa não tem comentário. Só quero que o céu faça festa pra ele.
Lamento muito.
Bjinhos
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