20.5.07

Sessão que inveja III - Oswald de Andrade

Um de meus poetas preferidos. Viva Oswald de Andrade!

As quatro gares

infância

O camisolão
O jarro
O passarinho
O oceano
A visita na casa que a gente sentava no sofá

adolescência

Aquele amor
nem me fale

maturidade

O Sr. e a Sr. Amadeu
Participam a VExa.
O feliz nascimento
De sua filha
Gilberta

velhice

O menino jogou os óculos
Na latrina

meus sete anos

Papai vinha de tarde
da faina de labutar
Eu esperava na calçada
Papai era gerente
Do Banco Popular
Eu aprendia com ele
Os nomes dos negócios
Juros hipotecas
Prazo amortização
Papai era gerente
Do Banco popular
Mas descontava cheques
No guichê do coração

3 comentários:

Tião Martins disse...

Oswald foi o primeiro poeta a me mostrar que a poesia não era chata. Podia ser redonda ou pontuda. Viva Oswald. O poeta nunca descansa em paz.

Anônimo disse...

haha... profundo seu comentário :P

Anônimo disse...

Senti que eu podia escrever poesia de verdade a partir de Drummond e Oswald.
Aquilo me interessava. Era vivo, dinâmico, livre.
Luiz Pinheiro

Reflexos

 reflito meu futuro com o olhar do passado sei que morro sei que lagoa sou sujeito à toa que a morte zoa.