alegria sorrisos
há quanto tempo
vira-latas faísca
abana o sono
nossa
como cresceu
a cara do pai
é minha filha
eu só carreguei
sai cachorro indecente
cheira as coisas da gente
deixa o animal
é tão natural
mas vamos entrando
não reparem a bagunça
que nada cunhada
tá tudo ótimo
ninguém conserta
como deus permite
que cheiro bom de feijão
é coisa tão simples
comida de pobre
a gente comia
a gente brindava
a gente brigava
a gente sempre voltava
sai faísca
cachorro indecente...
A poesia é minha, sua, nossa. A poesia é banho, surra, coça. A poesia é. O resto é troça.
14.12.06
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4 comentários:
Hoje, às 8 da noite, enquanto eu acompanhava uma apresentação de trabalhos de alunos da Facha no Méier, morria, a poucos quilômetros dali, minha tia Isa. A essa hora deve estar ao lado de tio Nelson, da minha mãe Mathilde, dos tios Nilo e Gomes, da tia Nicéa. Tenho sérios motivos para acreditar que o céu agora passa a ter um feijão mais gostoso. E o carteado vai rolar solto. Vai com Deus, tia Isa.
Sai faísca! Cachorro indecente...
Meus pêsames atrasados...
Aposto que eles estão fazendo a maior festa no céu!
Acho que o pessoal tá demorando a postar porque ninguém sabe o que dizer ao certo nessas ocasiões. Eu até cheguei a escrever, mas antes de publicar apaguei tudo.
Tive a sorte de perder poucas pessoas queridas e dentre elas a que mais sinto falta é da minha madrinha.
Ela nunca brigou comigo, só lembro dela sorrindo, mesmo sabendo que ela usava dentadura.
A primeira palavra que aprendi a falar não foi mamãe, nem papai, foi Joli. Não, esse não era o nome dela, era o nome da cachorra dela. Todas as vezes em que ia para a casa da minha madrinha ela chamava a tal cadela, daí numa das vezes em que voltei lá mexi os dedinhos e falei "loli, loli", tava chamando a cachorra.
A essa altura do campeonato a tia Eny deve ser a rainha do carteado, vou rezar pra ela arrumar um espaço na mesa pra tia Isa.
E um dia nós também iremos.
Beijos
Que poema lindo e comovente, Tião! Vejo que foi uma despedida; não poderia ter sido mais bonita.
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